Do G1 MG
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| Foto mostra a região das barragens em Bento Rodrigues antes do rompimento (dir.) e depois (Foto: Felipe Dana/AP; Reprodução/Google Earth |
Na tarde desta quinta, duas barragens de rejeitos de mineração da empresa Samarco se romperam, e uma enxurrada de lama cobriu Bento Rodrigues.
O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de Claudio Fiuza, de 40 anos, funcionário da mineradora. Segundo os bombeiros, também há quatro feridos. A Samarco diz que 13 empregados estão desaparecidos.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta, o prefeito de Mariana,
Duarte Júnior, disse que cinco distritos foram atingidos: Águas Claras, Ponte
do Grama, Bento Rodrigues, Paracatu e Pedras. A cidade de Barra Longa, a 70 km
de Bento Rodrigues, também foi atingida pela lama.
FERIDOS
Quatro feridos foram identificados, duas crianças e dois adultos. As crianças são Kaique Monteiro, de 2 anos, e Nicolas Webster, de 3. Os adultos foram identificados como Priscila Monteiro, cuja idade não foi divulgada, e Wesley Isabel, de 23 anos. Eles seriam moradores da região de Bento Rodrigues.
Os feridos foram levados para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII,
em Belo Horizonte, referência em atendimento de urgência. Mais de 200 pessoas
da Guarda Municipal, dos bombeiros, das polícias Civil e Militar, da Defesa
Civil e da mineradora trabalham nas buscas.
COLETIVA
Na coletiva desta tarde, o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, disse que entre os 13 desaparecidos, 12 são funcionários de empresas terceirizadas que trabalhavam na barragem de Fundão, que se rompeu por volta das 15h deste quinta. Em seguida, barragem de Santarém também cedeu.
Na coletiva desta tarde, o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, disse que entre os 13 desaparecidos, 12 são funcionários de empresas terceirizadas que trabalhavam na barragem de Fundão, que se rompeu por volta das 15h deste quinta. Em seguida, barragem de Santarém também cedeu.
Segundo Vescovi, há uma lista com os nomes dos desaparecidos, mas ela
ainda não será divulgada. Ele repetiu que ainda é cedo para especular sobre as
causas do acidente e para mensurar a extensão do ocorrido – o que já havia dito
no comunicado divulgado pela empresa na noite de quinta.
"Esta é a pior crise da nossa história", afirmou o
diretor-presidente da Samarco. "Não avaliamos a extensão do
prejuízo". A empresa prometeu arcar com as despesas dos desabrigados.
As barragens de Fundão e Santarém, na mina de Germano, liberaram, ao
todo, 62 milhões de metros cúbicos de água e rejeitos de mineração. A de
Santarém estava no limite da sua capacidade: 7 milhões de metros cúbicos. A de
Fundão estava com 55 milhões de metros cúbicos, dos 60 milhões de capacidade
total.
TREMOR
O engenheiro civil Germano Silva Lopes, que coordena o plano de ações emergenciais na Samarco, disse que por volta das 14h desta quinta-feira foi sentido um tremor de terra e que, imediatamente, uma equipe verificou a barragem de Fundão.
O engenheiro civil Germano Silva Lopes, que coordena o plano de ações emergenciais na Samarco, disse que por volta das 14h desta quinta-feira foi sentido um tremor de terra e que, imediatamente, uma equipe verificou a barragem de Fundão.
Segundo ele, na ocasião não foi constatado nenhum problema. Depois de
algum tempo, começou a ruptura das estruturas.
Segundo o diretor-presidente da Samarco, as operações da mina de Germano
estão completamente suspensas onde ficava a barragem de Fundão. A prioridade é
o atendimento às vítimas, afirmou.
Um vídeo mostra o desespero de moradores pouco depois do rompimento da
barragem e a lama a avançando sobre o vilarejo.
Na coletiva, Vescovi disse ainda que as barragens foram vistoriadas por autoridades ambientais em julho de 2015, e os laudos foram emitidos em setembro. Nesta quinta, a Polícia Militar de Meio Ambiente havia informado que a mineradora foi fiscalizada há dois anos e nenhum problema foi encontrado na barragem.
Representantes do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais do Ministério Público Estadual de Minas Gerais estão em Bento Rodrigues e será instaurado um inquérito civil para apurar as causas do rompimento da barragem, afirmou o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.
FISCALIZAÇÃO
Na coletiva, Vescovi disse ainda que as barragens foram vistoriadas por autoridades ambientais em julho de 2015, e os laudos foram emitidos em setembro. Nesta quinta, a Polícia Militar de Meio Ambiente havia informado que a mineradora foi fiscalizada há dois anos e nenhum problema foi encontrado na barragem.
Segundo
o diretor-presidente da empresa, não há alarme sonoro em Bento Rodrigues para
avisar a população sobre problemas na barragem. Ele afirma que esse equipamento
não está previsto no plano de emergência.
A
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais(Semad)
criou um comitê de crise para cuidar do acidente e uma equipe de emergência foi
enviada para o local para avaliar a situação.
De
acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável
pela fiscalização de barragens de rejeitos, a barragem de Fundão é considerada de baixo risco, e o rejeito de minério,
inofensivo para a saúde.
MINISTÉRIO
PÚBLICO
Representantes do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais do Ministério Público Estadual de Minas Gerais estão em Bento Rodrigues e será instaurado um inquérito civil para apurar as causas do rompimento da barragem, afirmou o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.


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